Estive fora por muito tempo. Pensei várias vezes em voltar e, ao que nos parece óbvio, desisti em todas elas. Na verdade, seria injusto dizer que foi desistência: a realidade aponta muito mais para a preguiça minada pelo fracasso. Sabe quando você percebe que o mundo a sua volta não é mais o mesmo e que talvez não valha mais a pena seguir a folhinha do “faça isso e seja assim”? É por isso que tenho dificuldades em manter meus projetos em constante funcionamento. Conceitos se anulam e reciclam a cada rotação da terra e não há muito sentido em mater-se conectado à algo que não lhe atrai de uma maneira encantadora.
Esses últimos dias têm sido péssimos. Não há como sentir-se bem ao perceber que fui julgada por gente que nem me conhece. É fácil sentenciar o outro tendo como base erros, brigas e discussões. E qualquer que seja a situação, o peso do de tantos julgamentos sempre vai te arrastar para baixo. Quem sou? O que sou?
A dor da perda é infinita e sempre vem acompanhada de mudanças bruscas – também doloridas. E aqui fala alguém que perdeu, reconquistou e, ainda assim, ficou no escuro. Eu só queria alguém que bradasse minha importância, sabe? Viver neste desprezo é luxo para quem não sabe da realidade. Essa distância me corrói lentamente e, lentamente vou perdendo todas as esperanças que tenho. As coisas mudam, claro, só que nem sempre para melhor. Eu, por exemplo, fui colocada debaixo dos panos e deixada ali, de lado, para ninguém ficar sabendo do “recomeço”. Dizem que não faz bem para o ego; só que, verdade ou não, conformismo não me é suficiente.
Eu só queria alguém que me assumisse e me aceitasse, sabe?