“Nobody seems to care. Talking about worries and people, you know I’ve had my share”

Estive fora por muito tempo. Pensei várias vezes em voltar e, ao que nos parece óbvio, desisti em todas elas. Na verdade, seria injusto dizer que foi desistência: a realidade aponta muito mais para a preguiça minada pelo fracasso. Sabe quando você percebe que o mundo a sua volta não é mais o mesmo e que talvez não valha mais a pena seguir a folhinha do “faça isso e seja assim”? É por isso que tenho dificuldades em manter meus projetos em constante funcionamento. Conceitos se anulam e reciclam a cada rotação da terra e não há muito sentido em mater-se conectado à algo que não lhe atrai de uma maneira encantadora.

Esses últimos dias têm sido péssimos. Não há como sentir-se bem ao perceber que fui julgada por gente que nem me conhece. É fácil sentenciar o outro tendo como base erros, brigas e discussões. E qualquer que seja a situação, o peso do de tantos julgamentos sempre vai te arrastar para baixo. Quem sou? O que sou?

A dor da perda é infinita e sempre vem acompanhada de mudanças bruscas – também doloridas. E aqui fala alguém que perdeu, reconquistou e, ainda assim, ficou no escuro. Eu só queria alguém que bradasse minha importância, sabe? Viver neste desprezo  é luxo para quem não sabe da realidade. Essa distância me corrói lentamente e, lentamente vou perdendo todas as esperanças que tenho. As coisas mudam, claro, só que nem sempre para melhor. Eu, por exemplo, fui colocada debaixo dos panos e deixada ali, de lado, para ninguém ficar sabendo do “recomeço”. Dizem que não faz bem para o ego; só que, verdade ou não, conformismo não me é suficiente.

Eu só queria alguém que me assumisse e me aceitasse, sabe?

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Não sei como tudo isso começou mas embriagada seja a questão.

Estou sentindo-me estranha. Uma confusão de sentimentos em sensações. Sonhei com gente morta, sonhei com gente viva que deveria estar morta. Acordei querendo um abraço,  mas esqueça Risoflora, aqui não tem isso não.

Até então achava que toda essa frieza e sobriedade eram questões culturais e todo aquele papinho sem nexo de diferentes colonizações… mas aí comecei a ler o tal livro. Vai saber por quê… talvez gosto de me machucar. Pulso e sangro. Acho que não sou capaz de fazer a diferença na vida de ninguém (além dos meus pais, claro).  Por quê diabos isso sempre acaba acontecendo comigo? O gosto do fracasso. O término e a maldita sensação de que, pela vigésima vez, eu perdi.

No momento encontro-me com o coração derretendo. Posso sentir o que sobrou escorrendo pelas minhas costelas… E ali esvaiu-se a esperança. Esperança de um dia ocupar o mesmo lugar que aquela outra pessoa…. Já falei que preciso parar de viver de expectativas; mas que caralho, não consigo.

Arrancou um pedaço de mim; um belo pedaço, eu diria. Lembrei do Marcelo, quando ele prometeu de fazer aloka comigo e com o resto daquele pessoal sem noção, antes de eu vir pra cá. Eu quero é fazer aloka agora mesmo. Vou ali buscar minha garrafa de Jack Daniels e já volto…

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Acho que chegou a hora…

Enfim, só temos uma vida: única, ímpar e finita. Claro, vez ou outra acabamos galgando numa existência precedente, num momento de percepção que chega, ora para nosso bem estar emocional, ora para o auto flagelo – deixando algumas marcas pulsando loucamente.

E que situação!  Energia impossível de conter: tentamos estancá-la, mas acaba explodindo em nossa cara. É o preço que pagamos pela intensidade desejada. Num lugar comum, as melhores coisas acontecem quando outras estão acabando – ou prestes a começar um novo ciclo. Ainda assim, escondo a certeza dessa história, porque se você souber, se você perceber que basta um quase nada para me perder ou me salvar, viverei em xeque.

Serão longos estes dias…

Vou porque tenho; volto porque espero. Afinal, são bonitos os reencontros. E quando isso acontecer, bem…

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Imprensa Minoritária – Um par de ortópteros na Saga do Delito. Capítulo -1, sem prefácio

Quebrando a temporalidade dos fatos e adaptando: aqui trato da cobertura do Festival de Cinema de Gramado – ou, pelo menos, do início de tudo…

Estava tudo pronto, exceto pelo crédulo fato de que os principais estupefacientes ainda estavam fora de alcance. Diziam que tudo daria certo e “não se preocupe,  a gente resolve”.  A gente resolve, claro, desde que nesse a gente esteja contido, pelo menos, uns três planos Bs. Não que o motivo da viagem fosse apenas deteriorar-me com tais em um lugar frio, longe do mundo real e do chamado dia-a-dia, com a desculpa de cobrir um Festival de Cinema, mas tudo começa mais ou menos com corres feitos em cima da hora. Digo, em cima da última meia hora.

E assim como fui, volteis: sem muita noção entre realidade e ficção – e não, não queria rimar. A prova disso é que, após uma semana defenestrando lugares e situações,  a quarta foi proto-finalizada ali mesmo, nas poltronas 41 e 42, bem ao lado da tia velha e cenhosa. Um belo opóbrio, eu diria. A vergonha na cara ficou trancada no banheiro do ônibus, na ida, junto com o restou da primeira. Aprendi com Kate Moss.

Risoflora e Pinky. Medo e Delírio em Gramado, em Canela, na igreja, no pedalinho, na Câmara de Vereadores, no Vale das Lagartas, no circular… A gente riu na cara do tal Ângelo Antônio e vários balõezinhos de pensamentos borbotavam das cabeças alheias, “olha lá, tudo doidão de doce“.

A pretensão aqui é maior que o mundo, mas tenho quase certeza de que Dr. Journalism orgulharia-se. Foxey Lady estava equipada de maneira à invejar qualquer Carlos Careqa.

Cheguei na chuva. Prelúdio no melhor estilo Taxi Driver: lavar a sujeira da cidade limpa; predispor o clima para uma semana off mind. Andei de ônibus pra caralho. A pé também. E ninguém acreditou na capacidade de conseguir um press pass. A pelintra da assessora de imprensa – e toda sua breguice nefasta refletida em estampas de oncinha – prometeu meus convites (ao menos se fossem do Paulo…) e voltou atrás. Oh! Que finória! “Ela não conseguiu“, disse a mocinha sevandija com cara de comprimido. Explodia-se em risadas internas, a desgraçada. Reles parasita, não foi nem capaz de explicar pessoalmente, mandou sua fiel sabuja inventar uma desculpa qualquer. Ana Mota é uma vadia e vai queimar no inferno. Seu vodu está aqui do lado e espetarei sua bunda agora mesmo. Tenha cãibras horríveis. Saiba que tomei seu café com Monin e enfarte agora: fiquei no coquetel do Troféu da Assembléia Gaúcha. Suas champanhes repousaram em meu estômago e dignificaram o pó. 

O coelho agradece” e Sissi não entendeu nada – embora tenho sido a melhor atriz. Bruno Barreto parece o Jack Black e o final de Groelândia foi merecedor pela redenção.

Segunda-feira e o primeiro dia me fez sentir vontade de cuspir no tal do Kikito de Ouro – que nem de ouro é. Mirisola tinha razão “Isso quer dizer que além de atores e atrizes geniais comendo queijinho derretido, ainda temos equipes técnicas comendo queijinho derretido, produtores e diretores inconformados com a situação do país (comendo queijinho derretido…), e cachecóis de todos os feitios e arrebites, bichinhas saltitantes nas praças e tapete vermelho para essa gente desfilar, e tem mais, a mostra paralela de cinema gaúcho, o prefeito e as autoridades locais, os Kikitos da alegria, bonecos de neve, turistas (ah, meu Deus… uma avalanche de turistas), chocolate quente e rodízio de sopas, e frio faz muito frio nesse lugar“.

E tem mais..

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Títulos limitam. E não é essa a intenção…

Nem sempre é fácil achar respostas para quando, ao certo, não temos perguntas fundamentadas. Tenho feito de meus dias uma expressão matemática, daquelas bem absurdas e complicadas, e não sei por quê raios permaneço recalculado-a centenas de vezes. Não há fórmula de Bhaskara que resolva o impasse no qual encontro-me.

Minha existência virou de pernas para o ar em questão de semanas. É claro que muitas coisas boas aconteceram – coisas boas mesmo que, inclusive, desejei para acontecerem e que  arrancaram-me da vidinha medíocre que eu estava vivendo. Porém, o preceito básico de ação-reação está sempre pronto para te acertar em cheio, com um belo chute no meio do estômago. Uma constelação de dúvidas rodeia minha cabeça e me faz atingir níveis absurdos de inseguranças e sensações tresvariadas. Castigo infinito por pensar que sei lidar com esse escárnio que chamamos de “vida”.

É com o coração recheado de arame farpado que limito-me ao saudosismo. Chega de criar esperanças tolas, de esperar as coisas acontecerem, de  iludir-me que existe reversão e, principalmente, chega de permitir que o tempo me espanque. Assim como o despadronizado Antoine Roquentin, não distingo o presente do futuro e, no entanto, isso tem uma duração; nos faz esperar e, quando chega, sentimo-nos enfastiados porque percebemos que já estava ali há muito tempo.

E se o agora já tem uma trajetória dantesca, eu quero aproveita-lo por inteiro. Claro, alguns tipos de felicidade são puro engodo, mas se deixarmos de viver, não teremos tempo para sorrir. Fazer e não apenas planejar. Deixar as chances morrerem é covardia – e covardia é algo que abomino. O medo de não suportar a carga e as mentiras que fingimos acreditar nos fazem cometer autos que, de uma maneira ou de outra, são convenientes – porém não são válidos. Seja por falta de verdade, seja por falta de intensidade. 

Tenho plena consciência de que minhas perguntas não serão respondidas de imediato, mas também não vou optar pela cadeira do mundo das idéias só para poder sentar-me em algo que minha bunda diz que realmente existe. O discurso já está sendo outro; parei de distribuir tapas na minha própria cara. E, saiba disso, farei o máximo possível para esquecer. Quero mais é enterrar tudo e traçar uma linha divisória de pré e pós; não nasci para ser uma imbecil recalcada que lamenta-se pela vida e tempo perdidos. Ainda tenho uma centelha de valor pessoal palpitando neste corpo, portanto, só quero a música que me alimenta.

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It’s so lonely when you don’t even know yourself..

É difícl começar quando não sei, ao certo, o que quero falar.

Não sei por quê, mas sempre recorro ao blog quando meu estado de espírito encontra-se fora do normal. Revirei-me algumas vezes na cama, numa tentativa de dormir e acordar na utopia de “um novo dia, um dia melhor”,  mas e quem disse que consigo descansar enquanto minha cabeça fervilha num relicário de palavras, cenas e situações?

Sei que devo, na mais humilde forma, “tocar minha insignificante vidinha adiante”  e esperar que o tempo resolva as coisas por ele próprio. Só que, enquanto isso não acontece, arrasto-me dia após dia. Numa significação simples, posso dizer que estou deixando de viver.

Essa questão de tempo versus decisões é bastante confusa: um depende do outro – isso para que, nessa roleta em que dispomos nossa vida, não machuquemos ninguém.  Agir por agir, em muitos casos, não é saudável; o certo mesmo é colocar os pés no chão, organizar os pensamentos e avaliar o que desejamos de verdade – o que requer, justamente, “tempo”.  Digo, por experiência própria, que isso faz bem: ao passo que você segura (um pouco) o ritmo do seu cotidiano para reavaliar o sentido de qualquer coisa que seja,  acaba evoluindo e reencontrando certezas que, por ora, estavam camufladas em algum canto. E aquele papo de viver cada dia como se fosse o último? É brega e last week, mas é uma verdade… O “hoje” tem uma amplitude gigantesca e, mesmo realizando várias coisas “agora”, ficamos em débito frente à diversas outras que queremos realizar. Então, como é possível reorganizar uma vida bagunçada sem deixar de vivê-la intensamente?

Não faço ideia. É uma incógnita dessa eterna ampulheta em que nos encontramos; enquanto um lado esgota-se, o outro locupleta-se. Enquanto isso, um imenso ponto de interrogação surge no caminho: o que é melhor, o coração ou a razão? Guardar ou libertar? Viver ou analisar? Intensidade ou apenas “fazer bem”?

Eu poderia muito bem aproveitar essa sexta-feira para “viver”, numa tentativa de auto-afirmação perante às pessoas que falam que eu deveria “curtir a vida” e que “tem tanta gente por aí”. Sei que tem.. Tem o tal do Diogo Rosa – aparentemente um filhinho-da-mamãe que assassinou a pronúncia de  Shadow Collide With People – e toca com sua bandinha egocêntrica em uma balada entupida de Nike Shox [para eles] e botas estilo cowgirl [para elas, óbvio]… O cara esquisito que ficou fotografando enquanto eu tatuava… Ou poderia ficar me iludindo, esperando 7 de novembro, com a cantada que o Dave Navarro largou em mim. Mas não quero nada disso… Quero a certeza que sempre tive; quero as risadas, o companheirismo, a reciprocidade, as loucuras . Quero aquele abraço que me confortou tanto – e que continuo sentindo até agora… Foi muito bom, isso sim -)

Talvez nem adianta falar que “quero… quero…” porque a situação é muito mais complexa e vai além de somente “querer”. O que acontece, aqui, é uma instabilidade por não saber o que fazer.  A única certeza que tenho, é que o coração tem falado tão mais alto…

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bloco de notas

Você parece com chuva…
E é claro que ainda quero. Esperei por isso duas vezes, só nesta semana (engasgo-me assumindo que, na verdade, foram três).
Fiquei nervosa quando dirigia.
Deep Red by Hugo” me lembra o Natal. “Magnetism” também.
Mudei a faixa musical, no sentido de parafrasea-la, mas canto-a quase todos os dias. E lembro-me detalhadamente do dia (da noite, no caso), da situação…“Tonight…”
Estou com medo, sim. Acho que é porque quero muito e não sei se conseguirei. Como já disse, tem alguém que parece feliz ao torna-se distante de mim e perto de outra. Mas, caso não aconteça, bem, aí não posso fazer nada. Sou paciente e aqui resta-me a ansiedade.
Ah! Como quero! 

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long road to ruin

E lá fui eu, enganar-me mais um pouco.

Risoflora disse que não era para fazer isso, que não me faria bem. É claro que não escutei, sempre pensamos ser fortes o suficiente para aguentar qualquer tipo de sentimento. Em certo ponto, fui uma muralha e não desabei por momento algum. O problema é quando ficamos sozinhos – aí é claro que não suportei. Sou patética. Sou uma imbecil e tenho esperanças quando nem deveria cogitá-las. Não sobrou pedra alguma e o resto da noite foi longa.

Longa porque percebi que nem sempre  vale a pena demonstrarmos a felicidade por algum futuro, quando o mesmo é incerto. Tomei uma paulada, isso sim.

Por outro lado, caí na real de que não devo assumir a totalidade da culpa por alguns erros acumulados – não sou uma pessoa tão ruim a ponto de ser a única acusada por tudo. Não posso ficar me desgastando com isso, tomando por certo “Mayella”como sinônimo para “equívoco”.  Também não sou tola para acreditar que existe sofrimento eterno e todas as consequências disso. Mas e quem disse que é fácil?

Tenho certeza, cada dia mais, que as relações melhorariam quase 100% se as pessoas deixassem de ser tão comodistas e orgulhosas de si mesmas e percebessem que, porra, somos humanos, erramos e ninguém está imune à essa praga. Óbvio que é sempre mais fácil apontar e julgar os outros do que bater no próprio peito e falar “eu também errei”. Isso tem uma explicação bem simples: a partir do momento que assumimos um desacerto, temos que tomar providências ou para desfazê-lo ou para, no mínimo, curvar-nos diante de nossa própria estupidez e pedirmos desculpas à quem magoamos – e a raça humana tem uma dificuldade imensa de assumir este tipo de coisa quando o orgulho é o que está em um dos lados da balança.

Assim, fui desacreditando nas coisas que estavam me fortalecendo. Depois de dar com a cara no muro, ainda procurei um pouco mais de mágoa. Li todas as partes do [meu] chamado “Dossiê Pelicano” – desde o “Hipocrisia é pouco” até “Coisas que nunca disse para mim” e “Perdeu a graça”. Por quê? Ao certo, nem eu sei a resposta. Quem sabe o fiz para provar que não fui a única filha da puta. Talvez precisava mostrar para mim mesma algo que me fizesse questionar sobre a validade das coisas. Bem no fundo, estou voltando para tomar os tiros.

Amanhã é domingo e eu não deveria criar expectativas;  a noite de ontem me mostrou essa realidade. Mas, novamente, pergunto-me: e quem disse que é tudo tão fácil?

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autopilot, no control

Aqui encerro um ciclo. Aqui declaro um recomeço.
Não foi uma crise, um surto, muito menos um colapso. Foi a necessidade… Necessidade de consertar alguns desacertos; necessidade de me reencontrar. Mudei em muitos aspectos e considero-me num estado de reciclagem. Acordei para o fato de que estava me agredindo sem motivos aparentes, simplesmente porque criei – em algum ponto deste ano – uma concepção ridícula e nada condizente com uma situação já bastante fragilizada. E fugi. Fui covarde o suficiente para dar as costas e assumir isso somente agora.

Só que jogar tudo pela privada e dar a descarga nunca foi a solução. Por isso, decidi colocar os pés no chão e, quando isso acontece, muita coisa muda; muitas verdades ressurgem de algum cantinho da memória – e a verdade pode ser uma coisa poderosa, não é algo que se espera.

Estou fazendo o que deve ser feito.
Pensei em apagar todos os sei-lá-quantos posts que já publiquei aqui – algo meio autocrítico e megalomaníaco por parte do “recomeço” – mas desisti. Não posso simplesmente fugir de tudo e fingir que, pronto, agora sou uma pessoa mais evoluída.

Algumas pessoas têm lido este blog e não tem entendido nada. Para outras, tudo está muito claro. E é para você, que sabe do que estou falando, que escrevo hoje.

Aquele clichêzinho básico sobre a mudança ser a única constante.
Aprendi bastante e… já comentei que, dessa vez, quero fazer tudo certo?!

…estou aqui, esperando.

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uade

Começo com um pedido de desculpas. O gosto da derrota, a amarga verdade de não saber quem sou, o que sou, o que quero… Não sou capaz de me reconhecer. Mayella não está mais aqui. Risoflora também não. Don’Aranha morreu… Morreu aos poucos. Morreu a cada dia que passou depois do fim.

Perdi muito de mim quando perdi alguém – e só me dei conta disso tempos depois que o erro foi consumado. E cá estou, devassa, arruinada, esquecida… Estou no meio de um maldito furacão que, constantemente, me arrasta e bagunça toda minha vida.

Há algo recluso aqui dentro; algo que me afoga todos os dias, que tira-me o foco e traz vontades nada lúcidas. Não era para ter sido assim, era para ser feliz.

Lembra?

Revi. Revivi. Esgarrei sem consciência do que estava fazendo. Como fui párvoa! Agora resta-me esse ensaio numa espécie de redenção. Na mais sincera tentativa, antecipei minhas desculpas ali na primeira linha. 

Ando à mil e a zero ao mesmo tempo. Bem na verdade, estou na corda bamba. Do lado da vida mas desejando uma boa morte – não para ser mórbida, apenas para aliviar a culpa que carrego por ter sido incapaz. Agosto foi péssimo para viver – vide a quantidade ínfima de posts que apareceram por aqui. Sequer esforcei-me para respirar.

Por quê?

Hoje chego à conclusão de que fui o maior erro… e aprendi comigo mesma. Ao som de Everlong e Gong Li, nada têm  sido fácil para mim. Everlong. Lembra?

Eu preciso…

Desculpe-me.

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