Começo com um pedido de desculpas. O gosto da derrota, a amarga verdade de não saber quem sou, o que sou, o que quero… Não sou capaz de me reconhecer. Mayella não está mais aqui. Risoflora também não. Don’Aranha morreu… Morreu aos poucos. Morreu a cada dia que passou depois do fim.
Perdi muito de mim quando perdi alguém – e só me dei conta disso tempos depois que o erro foi consumado. E cá estou, devassa, arruinada, esquecida… Estou no meio de um maldito furacão que, constantemente, me arrasta e bagunça toda minha vida.
Há algo recluso aqui dentro; algo que me afoga todos os dias, que tira-me o foco e traz vontades nada lúcidas. Não era para ter sido assim, era para ser feliz.
Lembra?
Revi. Revivi. Esgarrei sem consciência do que estava fazendo. Como fui párvoa! Agora resta-me esse ensaio numa espécie de redenção. Na mais sincera tentativa, antecipei minhas desculpas ali na primeira linha.
Ando à mil e a zero ao mesmo tempo. Bem na verdade, estou na corda bamba. Do lado da vida mas desejando uma boa morte – não para ser mórbida, apenas para aliviar a culpa que carrego por ter sido incapaz. Agosto foi péssimo para viver – vide a quantidade ínfima de posts que apareceram por aqui. Sequer esforcei-me para respirar.
Por quê?
Hoje chego à conclusão de que fui o maior erro… e aprendi comigo mesma. Ao som de Everlong e Gong Li, nada têm sido fácil para mim. Everlong. Lembra?
Eu preciso…
Desculpe-me.